O instituto britânico Cancer Research UK Cambridge Centre começou, nos primeiros dias deste ano, a fazer testes práticos em um aparelho que pode se tornar revolucionário na área da oncologia.

A máquina, que lembra um bafômetro, promete detectar alguns tipos de câncer e outras doenças pela respiração humana. O objetivo dos pesquisadores é saber se esses tumores deixam algum tipo de rastro químico que possa ser encontrado.

Os testes de respiração podem ser ainda mais eficazes se usados junto com outros diagnósticos, como os de urina e sangue, porque detectariam o câncer ainda nos estágios iniciais. Os resultados desses experimentos, porém, só estarão disponíveis daqui a dois anos.

O teste

Quando estão funcionando normalmente, as células que formam o corpo liberam moléculas chamadas de compostos orgânicos voláteis. Mas quando atingidas pelo câncer, o comportamento muda: elas parecem produzir essas moléculas em padrão diferente, inclusive com outro odor.

O que os pesquisadores querem é saber se esses padrões e cheiros podem ser identificados pelo tal bafômetro, se são diferentes para cada tipo de câncer e se podem ser percebidos já nas primeiras fases da doença.

As pessoas testadas respiram por uma máscara durante 10 minutos, para que uma amostra possa ser coletada. As amostras, então, são enviadas para análise em um laboratório em Cambridge.

Para a comunidade médica, esses testes são uma tecnologia com o potencial para revolucionar a forma de detectar e diagnosticar o câncer no futuro. A ciência usada no experimento não é nova, mas as avaliações clínicas ainda estão em fase inicial. Por isso, ainda demora para concluir se os resultados são promissores ou não.

Há diversas indicações de que os testes podem ser usados para detectar sintomas pré-cancerosos, mas o problema é que ainda não está claro o quão precisos esses testes são. Para ser usado de forma massiva, teriam de se mostrar sensíveis o suficiente para evitar diagnósticos errados e falsos resultados positivos.

É importante lembrar que esses métodos poupariam os pacientes de procedimentos muito mais invasivos. Detectar o câncer no início pode ser a diferença entre a vida e a morte. Por isso as novas modalidades diagnósticas são consideradas uma revolução.

Fonte: Medical Site