contato@drcarlosvidal.com.br    |   

O que é o segundo câncer?

Um dos maiores medos dos sobreviventes do câncer é voltar a enfrentar a doença novamente. Sabe-se que um em quatro sobreviventes, cedo ou tarde, poderá desenvolver um segundo tipo da doença - que não é exatamente uma repetição ou expansão do original. Este risco está avaliado entre 3,5% e 36,9%, segundo relatório de pesquisadores do Centro Médico Southwestern, da Universidade do Texas, em Dallas.

O chamado segundo câncer não está relacionado com o primeiro diagnóstico e normalmente é um tipo completamente diferente de tumor.

As possíveis causas do segundo câncer

Nem sempre está claro o que causa um segundo câncer, mas não raro o surgimento é consequência dos mesmos fatores de risco que geraram o primeiro: tabagismo, sedentarismo, obesidade, histórico familiar/genético, infecção pelo papilomavírus humano (HPV) são os campeões. Para se ter uma ideia, só a obesidade é fator de risco para pelo menos treze tipos de câncer, como de útero, esôfago, estômago, fígado, rim, cólon e pâncreas.

Apesar de menos comum, outro fator de risco são os efeitos colaterais dos próprios tratamentos contra o câncer, como quimio/radioterapia. A explicação mais óbvia é que essas terapias podem causar mudanças, inclusive genéticas, que propiciam o surgimento do segundo câncer. Hoje em dia essa possibilidade é menor pelos avanços tecnológicos nas terapias, mas ainda há possibilidade.

A importância de reduzir os fatores de risco

Reduzir os fatores de risco continua sendo a melhor forma de evitar os transtornos da doença pela segunda vez.  Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 40% dos casos são atribuídos a fatores de risco potencialmente modificáveis. Além disso, há um guia de acompanhamento para sobreviventes, baseado na idade e no primeiro diagnóstico. E este guia deve ser seguido por pacientes e especialistas mesmo depois dos oficiais cinco anos de sobrevivência. Esse tipo de paciente exige um cuidado abrangente e contínuo.

Não é possível prever quem vai desenvolver um segundo câncer, mas é importante que os sobreviventes entendam quais são seus riscos e os médicos oncologistas exercem um papel fundamental nesse contexto. O profissional deve orientá-lo e acompanhá-lo. Ao paciente cabe tomar providências para diminuir os riscos, incluindo a realização de exames de rastreamento para diagnosticar a doença precocemente.

Fonte: Medical Site